Previc reconhece a operação Itaúsa como irregular e apura o envolvimento dos gestores e conselheiros da Petros

Caros Conselheiros ‘Eleitos’ e demais aqui endereçados.

Acompanhando as manifestações e as circunstâncias deste momento crítico vivenciado na nossa Petros, sinto-me na obrigação de transmitir pelo menos ao círculo restrito a análise feita sobre o episódio – triste e clamoroso – denunciado pela revista VEJA em que a Petros de viu envolvida.

Mediante estas mesmas circunstância sugiro ser de todo aconselhável que evitem uma divulgação generalizada até que todos vocês formem um juízo das ocorrências.

Ouso admitir que o nosso estimado colega Márcio Dayrell terá as respostas almejadas e que o atendimento-petros esqueceu de informar.

Saudações

D.Saboya

Em 4 de agosto de 2011, o meu amigo Domingos de Saboya postou a mensagem acima, encaminhando a análise da negociação praticada pelos gestores da Petros, sob a gestão do Wágner Pinheiro, que, assim que realizou o negócio, em 30/12/2010, foi de mala e cuia ocupar a presidência dos Correios, cargo que ocupa até hoje. Não é necessário lembrar que os Correios são patrocinadores da Fundação Postalis cujo rombo apontado em 2014 (ou será déficit?) é maior do que o seu próprio ativo.

Sua denúncia, pois foi uma denúncia, e IRRESPONDÍVEL por parte dos autores do negócio, incluídos aqui a diretoria da Petros e seus conselheiros, principalmente os eleitos, indicados pelo CDPP, se transformou num marco que deu início a todo o processo de defesa da Petros por parte de um grupo responsável, do qual sinto orgulho de participar.

A operação envolveu a troca de títulos federais recebidos em 2011 por outros com o prazo de vencimento alongado até 2050. Os títulos originais se permanecessem em poder da Petros cobririam, com seus rendimentos, a meta atuarial da nossa fundação. Dos títulos recebidos em troca, parte foi imediatamente vendida – com prejuízo de R$16 milhões, prova inequívoca do prejuízo com sua troca pois se mais títulos tivessem sido vendidos maior seria o prejuízo – para permitir a compra de 213 milhões de ações sem qualquer liquidez da Itaúsa, cujo rendimento anual em juros e/ou dividendos sempre permaneceu abaixo da meta atuarial.

Além disso pagamos um ágio absurdo. Muitos, que souberam antecipadamente da operação, obtiveram lucros milionários, pois compraram a preços reduzidos (incluindo aí até mesmo a Camargo Correa que só possuía originalmente 173 milhões de ações e repassou naquele dia fatídico mais de 193 milhões de ações para a Petros) vendendo-os em 30/12/2015 a R$14,48. Para variar a CVM se manteve e se mantém calada até hoje.

No esteio dessa denúncia, esse grupo que se formou, entrou com denúncia em todos os órgãos que, tecnicamente, são responsáveis pela fiscalização desse tipo de operação. Até o início deste ano tudo o que tivemos como resposta foi o empurrar com a barriga por uma fiscalização que beira a irresponsabilidade, incluindo a própria mídia que se contenta em receber informações no colo, sem jamais investigar as possíveis irregularidades. Está aí, senhores jornalistas, o resultado do que vimos denunciando.

Nosso grupo jamais desistiu, ao invés, disso encontrou diversos outros erros, e grandes erros: Invepar, Lupatech, brasil pharma, sete brasil, dasa, fechamento irregular do balanço de 2014, são só exemplos do trabalho desse nosso grupo.

Taxados de levianos, terroristas e aloprados, o tempo nos deu razão. Provável fruto da operação Lava-Jato e das consequências sérias que estão provocando punições exemplares a criminosos do colarinho branco que até hoje sempre permaneceram de fora das cadeias, finalmente tivemos uma resposta positiva. Provavelmente se essa operação não tivesse sido deflagrada, a Previc, aparelhada pela cumpanheirada, não teria encontrada irregularidades. Ouvindo o depoimento de diretores da Previc, dado na CPI dos fundos de pensão, isso não nos surpreenderia, pois, para eles, a gestão das fundações é de primeiro mundo, os culpados são os assistidos que teimam em viver cada vez mais.

Uma das nossas denúncias envolvendo a operação Itaúsa, entrada na Previc em 16/1/2014, foi reconhecida por aquele órgão como tendo sido feita de forma irregular.

No anexo, datado de 4/3/15, fomos informados do encerramento da nossa denúncia. Inconformados, voltamos à carga conforme o anexo de 16/3/15 e finalmente recebemos como resposta o anexo datado de 31/7/2015, cujo resultado colo a seguir

Portanto, a operação Itaúsa foi sim uma negociação totalmente irregular e vai gerar punição aos seus autores, incluindo aí os conselheiros indicados e os eleitos pelo CDPP que tiveram toda a chance de justificar a falha na votação, conforme proposta negociada por mim e pelo Luiz Ezildo, antes do envio da mensagem acima, porém, fruto de vaidade pessoal, um deles preferiu desdenhar a análise e os demais, sem nunca ter lido uma página sequer do que escreveu o Saboya sobre a operação, emitiram uma série de bobagens especulativas sem jamais, porém, ter respondido com argumentos técnicos.

Lamentável nesse tempo todo é que alguns dos nossos assistidos preferiram enfiar a cabeça no buraco e fingir que nada disso era verdade. Resultado, vão acordar em 2016 com um rombo que tem tudo para fechar o ano em mais de R$15 bilhões.

O envio neste momento desses anexos tem fim sério. Infelizmente é sabido o pouco caso que a fiscalização das nossas fundações pratica em defesa dos participantes. Considerando o vai e vem que tivemos com essa denúncia, preferimos tornar público o seu resultado de forma a, ao menos no nosso entender, acuar e pressionar a Previc e evitar com isso qualquer alívio na punição que deverá ser feita em cima dos autores do negócio.

Pedimos pois a todos que repassem estas informações para que nenhum deles consiga escapar das suas responsabilidades.

Sérgio Salgado

ET – quem teve a paciência de ouvir as 5 horas de depoimento do Henrique Jäger, presidente da Petros, há de recordar que, ao final, cobrado pelo presidente da CPI, deputado Efraim Filho, ele respondeu que a responsabilidade pela operação Itaúsa é de todo o seu Conselho Deliberativo que aprovou por unanimidade a operação.

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2015 03 16 – GDPcartaPrevic cobrando resultado da análise.pdf

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