NÃO SOU FAVORÁVEL A GREVE

Decorridos 20 anos e 4 meses (03/05/1995) de uma greve com 1 mês de paralisação, com motivação política de enfrentamento ao Governo de FHC, os Sindicatos e FUP (PT por trás) querem reeditar nos próximos dias,
mais uma greve desastrosa, assim como aquela, alegando “defesa” da PETROBRAS.

Não me furto a observar, que naquela época, pela experiência que tinha por ter lutado contra a Revisão Constitucional (liberado pela alta Gestão de 1993 até a data da minha demissão em 13 de maio de 1995),
propus na assembleia do dia 02/05/1995, a inoportunidade da Greve ( consta de ata do sindicato), tendo a minha proposta perdido para a de Rosemberg (atual Deputado Estadual).

Não preciso dizer, que de lá para cá o Sindicalismo Combativo e Defensor dos Petroleiros e da PETROBRAS, desmoronou. Hoje os sindicalistas e a estrutura sindical são um arremedo do que fomos no passado,
ainda com a diferença de que não fazíamos parte do governo e nem o defendíamos. Atualmente, os Sindicatos e Federações fazem parte do Governo, com dezenas de indicações para cargos Gerenciais e com isso, defendem cegamente o atual modelo governamental.

As perguntas que muitos colegas fazem, são as seguintes:
– Por que da Greve política contra a PETROBRAS, se os sindicalistas sequer criticam ou são contra o Governo?

– Por que expor a PETROBRAS, muito mais ainda, em um momento de tamanha fragilidade?

– Não são os Sindicatos também responsáveis pela participação, anuência ou omissão em tudo que aconteceu e ainda acontece com a PETROBRAS?

– Esqueceram os Sindicalistas, que o Conselheiro de Administração, Diretor da FUP, Sr. José Maria Ferreira Rangel, em 2013, concordou com o Sr. Guido Mantega, para não aumentar o preço dos combustíveis,
o que trouxe um rombo de bilhões para a PETROBRAS?

– Por que os Sindicalistas nada fizeram em defesa dos colegas assediados por denunciarem corrupção e desvios na PETROBRAS?

– Por que os Sindicalistas fecharam os olhos para todo o sofrimento dos Terceirizados?

– Por que os Sindicalistas aceitaram ao longo de todos estes anos, ACT sem ganhos reais que recuperassem as grandes perdas históricas da categoria?

– Por que os Sindicalistas se quer apresentaram minimamente na pauta deste ano, no ACT, a recuperação salarial pelo índice que melhor corrige a inflação real e mais um ganho real?

– Por que os Sindicalistas querem levar os Petroleiros a um desgaste de luta interna e com a sociedade, com consequências que não sabemos ainda quantificar e que podem de fato fazer a população brasileira defender as novas “parcerias” (privatizações)?

– Por que os Sindicalistas não atentam para o fato de que ex Diretores dos Sindicatos e ex Gerentes aposentados, estão defendendo a venda dos campos em terra e em especial dos campos maduros?

Acredito que esta Greve, é uma cortina de fumaça engendrada por aqueles que de fato não defenderam a PETROBRAS, ao longo de 13 anos, a não ser os seus próprios interesses pessoais e de poder,
visando cooptar a categoria para o enfrentamento político que hora se apresenta devido a atual crise que o país está mergulhado.

Assim como em 1995, neste momento, sou contrário a uma Greve na PETROBRAS, e totalmente favorável, à DEFESA da EMPRESA como o maior patrimônio do Brasil, desde que nas Ruas e com a conscientização Popular.

Sou favorável ao fortalecimento de toda a nossa categoria via um ACT, que recupere a inflação do período e nos dê um ganho real.

P.S. Esta correspondência possui inúmeras cópias ocultas.

Atenciosamente,

OSCAR CEZAR FERREIRA MAGALHÃES