Por Raphael Di Cunto
O diretor-presidente da Petros, Henrique Jäger, afirmou ontem, em depoimento na CPI dos Fundos de Pensão da Câmara dos Deputados, que a instituição caminha para o terceiro ano de déficit consecutivo e que, se esse cenário se confirmar, a instituição terá que elaborar um plano de contingenciamento e convocar os aposentados a contribuírem com custeio do plano.
“Mantida a perspectiva atual, vamos ter déficit pelo terceiro ano seguido. A situação não está muito diferente do que estava no final do ano passado. Estamos atuando para reverter, mas é um grande desafio”, disse. “Se, ao longo deste ano, não for resolvido o déficit, teremos que fazer um plano de custeio.”
Segundo Jäger, o déficit ocorre por dificuldade no mercado de capitais, em especial a queda do minério de ferro, que afetou em R$ 2 bilhões o valor das ações da Petros na Vale, de ações judiciais que obrigaram provisionamento de R$ 3 bilhões para reajustar os benefícios do plano e de investimentos feitos nos últimos três anos e que vão demorar para dar retorno.
Ele defendeu mudança na legislação. “Se tenho déficit por três anos preciso elaborar plano de contingenciamento. Mas a Petros não tem problema de solvência. Supondo que não entre mais um centavo, consigo pagar por mais 35 anos os benefícios.”